Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
No dia 21 de agosto, lembrando a memória de São Pio X, o Papa do catecismo maior, e do Decreto Quam Singularis, que aproximou as crianças da comunhão eucarística, celebramos o dia do catequista. Hoje, depois do jubileu de ouro do Diretório Geral da Catequese, de 1971, que recebeu e fez acontecer a caminhada do Concílio Vaticano II neste serviço fundamental para a educação da fé, percebemos o quanto mudou a perspectiva, o estilo e a metodologia do ensino catequético.
De fato, nos dias atuais, após esta renovação profunda no ser e viver a Igreja como Povo de Deus, a catequese não é mais pensada apenas como uma instrução a partir do catecismo para os sacramentos. Mas, a partir da Palavra de Deus, que se torna a fonte principal da iniciação à vida cristã, ela desenvolve um processo sistemático, comunitário e permanente da fé, que mais que um ensino de tipo escolar, torna-se um discipulado, um seguimento pessoal e eclesial de Jesus, o Salvador e Libertador.
Isto, também exige da comunidade uma participação responsável como catequizadora dos novos membros, e uma qualificação da função e missão do catequista. É nesse ensejo, que o Papa Francisco, através da Carta Apostólica Antiquum Ministerium, institui o ministério do catequista, destacando a sua importância primordial para a formação da comunidade eclesial. Trata-se de um ministério intrinsecamente enraizado na caminhada da Igreja que mostrava, na sua fase inicial, densamente participativa e sinodal, ministérios ligados à transmissão, vivência e testemunho da fé: apóstolos, doutores e profetas.
Este rosto, de uma Igreja viva, a que queremos retornar, renovada e em processo de saída, está a demandar um laicato adulto e protagonista chamado a colaborar e assumir ministérios que edificam e fazem crescer o corpo eclesial. Por isso, agradecemos de coração, com muita alegria, o engajamento e empenho de numerosos/as catequistas, que estão exercendo, com muita doação e criatividade, este ministério crucial para uma Nova Evangelização, para uma Igreja que se incultura e transforma todas as estruturas, formas de pensar e conviver com uma fé viva, explícita e operosa.
Que graça para uma comunidade, possuir catequistas que sejam, como diz o Papa Francisco, testemunhas coerentes, mestres e mistagogos, acompanhantes e pedagogos do itinerário da fé cristã. Deus seja louvado!
Fonte: Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB