FREI VITORIO MAZZUCO
Sétima Leitura
“Mas um dia, ainda em roupas seculares, mas já visitado pela graça de Deus, ele cruzou com um leproso e, obtendo uma maravilhosa vitória sobre si mesmo, abraçou-o”.
Oitava Leitura
“Todo o restante daquilo que ouvira sobre a perfeição evangélica, ele tomou o cuidado de observar à risca, enquanto viveu, com a mais alta diligência”.
Nona Leitura
“Por conseguinte, cheio de grande fervor no espírito, ele se pôs a pregar a penitência a todos, com palavras simples, naturalmente, mas com um coração magnífico. Cada vez que falava da palavra de Deus às pessoas que confluíam em sua direção. Como o Senhor lhe revelava, ele primeiro anunciava a paz, dizendo: “Que o Senhor vos dê a paz!” Ele anunciava esta paz aos homens e às mulheres, a todos aqueles que encontrava”.
“Enquanto ele ardia de suprema devoção no amor a Deus e desejava com todo seu espírito o progresso de seus filhos, um dia chegou a um lugar de prece, como fazia seguidamente. Ali, enquanto mantinha-se por muito tempo sob o sopro da compunção sagrada e repensava, com a alma amarga, no mal que havia causado, uma doçura indizível e uma alegria que ele jamais havia experimentado até então começaram a irrigar todas as partes secas de seu coração, aquecendo a frieza, clareando a escuridão. Depreendendo-se de si mesmo ele foi arrebatado de si mesmo e completamente absorvido por uma certa luz”.
Como ele enviou os irmãos, dois a dois, para o mundo; como o Papa Inocêncio, tendo-lhe concedido a permissão de pregar, confirmou a Regra e como, restaurados na solitude, eles decidiram aderir à pobreza w ser úteis ao próximo.
“Agrupando-os dois a dois, o bem-aventurado pai enviou-os para longe em diversas regiões do mundo, com a missão de anunciar a paz e pregar a penitência. Expondo-lhes com força muitos pontos do reino de Deus, recomendou-lhes principalmente humildade e paciência”.
“Vendo que o Senhor aumentava a cada dia o número de irmãos a seu lado, o bem-aventurado Francisco, para si e para os irmãos presentes e futuros, escreveu com simplicidade e em poucas palavras uma forma e regra de vida, servindo-se principalmente das palavras do santo Evangelho, cuja perfeição ele aspirava acima de tudo”.
“Assim, os novos discípulos do Cristo conversavam ardentemente entre eles sobre a maneira de progredir por meio do engrandecimento das virtudes para poder ser um exemplo perante Deus e o próximo”.
“Mas o santo de Deus, que não se fiava em sua própria energia e precedia todas as atividades com uma oração, escolheu não viver apenas ara si, mas tentando ganhar o próximo”.
r“(…) Francisco, o mui corajoso cavaleiro de Cristo, circulava pelas cidades e pelos castelos anunciando a palavra de Deus não pelas palavras persuasivas da sabedoria humana, mas pela doutrina e pela virtude do Espírito (…)Pois antes de persuadir a todos com suas palavras, ele persuadira a si mesmo por meio de ações e, sem temer que alguém o repreendesse, dizia a verdade de forma bastante confiante”.
Das três ordens instituídas pelo bem-aventurado Francisco e a estrita disciplina para proteger a si mesmo e aos seus; como, tendo abandonado um lugar, ele se transferiu para Porciúncula e como ensinou os irmãos a rezar.
“Mas quem seria capaz de expor a elaboração espiritual de todas as virtudes que este santo construiu em si mesmo a partir de uma feliz disposição e consagrou maravilhosamente em seus filhos tanto pela ação quanto pela palavra?”.
“Ele escrevia os nomes dos irmãos nas vigas da cabana para que cada um, desejando rezar ou descansar, reconhecesse seu lugar e para que, diante da exiguidade do lugar, o rumor inoportuno não atrapalhasse o silêncio do espírito”.
“A simplicidade sagrada os preenchera perfeitamente, e a inocência de suas vidas os instruía, tanto que consideravam uma simples palavra como um comando de obediência”.
“Assim que uma grande perturbação afetasse o espírito de alguém, com sua palavra inflamada ele afastava qualquer névoa e a serenidade retomava”.
Fonte: Carisma Franciscano