Antônio, o santo que falava português
Frei Rinaldo Aparecido Santiago, OFM
Santo Antônio é um dos santos mais invocados da Igreja católica, é mais popular até mesmo que seu fundador, São Francisco de Assis.
Tendo nascido em 15/08/1195 numa família rica, leva na pia batismal o nome de Fernando de Bulhões. Passou a se chamar Antônio por ocasião de sua entrada na vida religiosa.
De Santo Antônio é muito fácil falar, inúmeras são as suas qualidades e feitos. Antônio, antes de ser frade pertencia à Ordem dos Cônegos regulares da Santa Cruz, que seguem a regra de Santo Agostinho, os Agostinianos.
É nome de rua, de cidade, de paróquia, catedrais, de praça e muitos estabelecimentos comerciais… tão grande é sua fama entre os católicos de todo mundo. Sua fama iniciou-se numa ordenação sacerdotal em que aquele que deveria fazer a pregação faltou. Pediram a Antônio se aceitava tal incumbência? Quando abriu a boca e começou a falar todos os presentes ficaram admirados, pois, tão grande era a sua sabedoria e o modo como dizia as palavras para tão seleta assembleia.
Durante a sua vida lecionou em universidades italianas e francesas. Homem culto que recebeu o título de Doutor da Igreja. São Francisco sabendo de seu grande conhecimento bíblico e teológico pede que ensine teologia aos frades, mas com uma condição: “desde que eles não percam o espírito de oração e devoção”.
Era um grande pregador, por isso foi lhe dado o título de martelo dos hereges, aos quais sempre combateu. Dos seus inúmeros milagres, vamos falar de alguns.
O MILAGRE DA HÓSTIA CONSAGRADA
Conta-se, que certa vez havia um homem que não acreditava na eucaristia e desafiou o santo propondo o seguinte: vamos deixar minha mula sem comer durante três dias e vamos ver o que acontece? No dia e horário combinado compareceu o homem com uma vasilha de aveia e o santo com a eucaristia. Soltaram a mula, e mesmo estando três dias sem comer, abandonou a vasilha de ração e ajoelhou-se diante da eucaristia, para espanto do homem e de todos que assistiam a cena.
O MILAGRE DOS PEIXES
Conta-se que certa vez estava pregando num local e não deram ouvidos à sua pregação. Santo Antônio foi então para a beira do mar e pregou aos peixes, que vieram para as margens para ouvi-lo.
A COMIDA ENVENENADA
Tentaram certa vez matá-lo com comida envenenada, porém, o santo traçou sobre si o sinal da cruz, abençoou os alimentos, comeu e não lhe fez nenhum mal.
FAMA DE SANTO CASAMENTEIRO
Esta tradição teve seu inicio pelo grande apreço que Santo Antônio tinha pelos pobres. Naquela época muitas noivas pobres tinham dificuldades para arranjar dinheiro suficiente para o casamento. Essas noivas eram prontamente ajudadas pelo santo. É também invocado como o santo das coisas perdidas e prontamente achadas.
LIVRA O PAI DA FORCA
Conta-se que certa vez, estando pregando em Pádua, percebeu que sua presença era necessária em outro lugar, desloca-se até Lisboa para defender seu pai da forca por um crime de homicídio não cometido. Chega ao local e revive o menino que confessa toda verdade. O pai é então libertado. Por causa deste acontecido, diz-se dele que tem o dom da bilocação. Ou seja, estar em dois lugares ao mesmo tempo.
Santo Antônio foi canonizado um ano após a sua morte. Fernando tinha grande apreço pelo martírio. Quando ficou sabendo dos frades que foram martirizados em Marrocos, quis também ser frade para receber o martírio. De sua preocupação com os pobres, inciou-se o costume de na terça-feira, dia de sua morte, abençoar e distribuir o famoso pão de Santo Antônio. Este costume é mantido até hoje pelos frades franciscanos.
É invocado por duas cidades, Padova na Itália, Lisboa de Portugal, sua cidade de nascimento. Diz-se uma conhecida frase: “Paduanos e Lisboetas, todos juntos, invoquemos a Santo “Antônio.” Já em vida tinha ardor de santidade, a sua festa é celebrada sempre no dia 13 de junho de cada ano.
Santo Antônio rogai por nós!
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