Karl Barth, teólogo luterano de renome que viveu no século passado, afirmou: “Por Jesus sabemos que Deus é bom e nos quer bem. Não necessitamos saber muito mais”. Quando procuramos haurir as riquezas do Coração de Jesus fissurado pela lança do soldado, é sempre no tema do amor em fomos mergulhados. Neste mês do Natal podemos meditar no Altíssimo que se coloca ao nosso lado como criança. Afinal de contas onde Deus veio nascer?
A ausência de espaço na hospedaria não impediu que nosso Salvador nascesse em outro lugar, um lugar totalmente indiferente. Nasceu num estábulo num lugar onde se colocava capim para os animais, certamente não digno para os humanos. Morrerá em lugar mais modesto e humilde. Foi num estábulo, perto de animais, que o céu se abriu nas trevas da terra, que Deus se fez homem para estar totalmente conosco. Foi ali que Deus nos deu esse semelhante, próximo, irmão, amigo. Foi num estábulo que este acontecimento se verificou. Deus seja louvado pelo fato de que os pais e criança não tenham encontrado lugar na hospedaria e tenham encontrado este outro cenário onde se produziu o evento.
Trata-se agora para o Salvador de se instalar em nós. Que haja em nossa vida um canto onde o Senhor possa entrar sem ter que pedir, permanecendo fora e a bater na porta; um lugar onde certamente ele já desceu ou espera que nos reconheçamos e nos rejubilemos com sua presença. Qual é esse lugar em nossa vida? Não pensemos num lugar extraordinário, distinto, à altura do Salvador para recebê-lo. O lugar de nossa vida onde Jesus vem se instalar tem isso de comum com o estábulo de Belém que é longe de ser bom, sem boa aparência, nada de acolhedor e de íntimo, nem mesmo tão humano. É aí que vivemos, todos os homens sem exceção, pobres como mendigos, pecadores perdidos, criaturas a gemer, completamente confusas
É aí que Jesus vem se albergar. Deus seja louvado por este lugar obscuro, por este estábulo em nossa vida. É lá que temos necessidade dele e que pode servir-se de cada um de nós. Somos pessoas de quem ele precisa. Espera somente que o vejamos, que o reconheçamos, que nele acreditemos e que o amemos. Aí ele nos acolhe. Cabe a nós acolhê-lo e desejar-lhe boas-vindas. Não tenhamos vergonha de viver nesse fundo de poço em companhia do burro e do boi. É ´precisamente ali que ele se coloca inteiramente de nosso lado.
Fonte: Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil