Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
O Dia Nacional da Juventude 2021, faz ressoar novamente o convite à unidade que inspirou a Campanha da Fraternidade deste ano: “Cristo é a nossa Paz; do que estava dividido, fez uma unidade” (Ef 2,14 a). Certamente, a juventude deve liderar e protagonizar a missão de serem construtores da paz, semeando e gerando a fraternidade e o diálogo como compromisso de amor.
Trata-se, diante do mundo fechado e sombrio da pandemia, e das várias crises associadas ao colapso da saúde da humanidade e do planeta, de recriar relacionamentos e vínculos a partir da vivência do encontro com Cristo que é a nossa Paz. Tornar as diversas juventudes missionárias de uma cultura do dom e da irmandade partilhada, despertando para a confiança e o bom viver e conviver, desvelando a boniteza e esperança da civilização do amor e do humanismo solidário.
Sim, o mundo novo que virá na pós-pandemia terá que ter o colorido e a vibração do entusiasmo juvenil, capaz de renovar tudo e a todos/as no amor ágape que inclui a toda humanidade e a Criação inteira. Ser anunciadores e mobilizadores de um sentido maior e transcendente para a vida, testemunhando, como afirmava Dom Helder Câmara, que há mais de mil razões para viver, e que a nossa existência é preciosa e singular, pois fomos chamados para soerguer e ressuscitar a todas as situações de sofrimento e prostração que ferem a juventude e lhe rouba a esperança.
Não nos conformemos com um mundo fechado, sem justiça e negador da dignidade da pessoa humana e sua vocação e responsabilidade universal. Só o amor constrói e a paz é obra da justiça e prática da firmeza permanente da verdade e da não violência que desarma os corações e abre nossas mentes para o diálogo e o consenso cordial e fraterno.
Não desistamos nunca, de sermos sinais e mensagens vivas, pois só assim contribuiremos para integrarmos o mutirão e a aliança para a vida e um novo Brasil sonhado e almejado por todos os que vivem a juventude como um verdadeiro estado de espírito, num horizonte sinodal, de serviço e entrega pelo Reino. Deus seja louvado!
Fonte: Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB