Missão Franciscana do MT e MS

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Artigos › 13/03/2021

O grão de trigo se dissolve na terra

Estamos vivendo o tempo da Quaresma e em breve haveremos de percorrer os caminhos da semana santa. Estaremos novamente diante da cruz dolorosa e gloriosa do Senhor Jesus. Os cristãos e os verdadeiros místicos sempre se demoraram diante da cruz do Senhor. Para eles, não se trata apenas de manifestações sentimentais emotivas. A contemplação da Cruz produz impacto sobre nós e atinge o mais profundo de nós mesmos. Na cena do Calvário, dor e amor se misturam. Os verdadeiros místicos não são “doloristas”, quer dizer, pessoas que se comprazem em “ruminar” sofrimento e dores. Os que se detêm diante da Cruz e do peito aberto de Jesus não podem deixar de amar o Amado e de torná-lo muito amado durante o tempo de sua vida.

Duas coisas eu te peço, Senhor

Vejam esta prece atribuída a Francisco de Assis: “Senhor meu Jesus Cristo, duas graças te peço que me faças antes que eu morra: a primeira é que eu sinta no corpo e na alma, quanto for possível, aquelas dores que tu, doce Jesus, suportaste na hora de tua acerbíssima paixão; a segunda é que eu sinta em meu coração, também quanto for possível, aquele excessivo amor do qual, tu, filho de Deus, estavas inflamado para voluntariamente suportar tua paixão, por nós pecadores.
Fioretti

Onde se escondeu Adão?

“Adão, onde estás?”, grita Cristo no alto da cruz. Vim à tua procura e para poder te encontrar, estirei os braços na cruz. Com as mãos estendidas, dirigi-me ao Pai para render graças por te ter encontrado, depois faço minhas mãos se voltarem para ti para te abraçar. Não vim para julgar o teu pecado, mas para te salvar por meu amor pelos homens; não vim te maldizer por tua desobediência, mas para te bendizer por minha obediência. Haverei de te cobrir com minhas asas, tu haverás de encontrar um refúgio à minha sombra. Minha fidelidade te cobrirá com o escudo da cruz e não temerás o terror das noites, porque conhecerás o dia sem declínio. Procurarei tua vida escondida nas trevas e na sombra da morte, não conhecerei descanso até que, humilhado e tendo descido à mansão dos mortos para te buscar, tenha te levado para o céu.
São Germano de Constantinopla

O filho do carpinteiro

O admirável filho do carpinteiro, que levou a cruz até os abismos da morte que estavam prontos para tudo devorar, também levou o gênero humano para a morada da vida. E uma vez que o gênero humano, por causa de uma árvore tinha se precipitado no reino das sombras, sobre outra árvore passou para o reino da vida.

Na mesma árvore em que tinha sido enxertado um fruto amargo, foi depois enxertado um fruto doce, para que reconheçamos o Senhor a quem criatura humana pode resistir.

Glória a vós que lançaste a cruz como ponte sobre a morte, para que através dela as almas possam passar da região da morte para a vida!
Glória a vós que assumistes um corpo mortal, para transformá-lo em corpo de vida para todos os mortais.

Vós viveis para sempre! Aqueles que vos mataram, trataram vossa vida como os agricultores: enterraram-na como o grão de trigo; mas ela ressuscitou e, junto com ela, fez ressurgir uma multidão de seres humanos.
Santo Efrém, diácono, século IV

“Quero ver o lado traspassado do Senhor”

O místico busca abrigo no Coração do Redentor: “Minha alma tem sede de Deus. Quero ver aquele que sorveu o cálice mais amargo do mundo. Como, efetivamente, deve este cálice ter sido amargo para aquele que era tão puro e tão sensível! Quero beijar estes pés ensanguentados que não pararam de andar sempre à minha busca em becos sem saída e nos abismos mais profundos para onde meus pecados me levaram. Quero ver o lado traspassado daquele que, abrindo seu coração, fez ali um lugar para mim”.
Karl Rahner

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