Missão Franciscana do MT e MS

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Notícias › 23/05/2022

O MINISTRO GERAL AOS PRESIDENTES DAS CONFERÊNCIAS: COMEÇAR DE NOVO SEM DESLIGAR OU SER DEMITIDO

“Na conclusão do nosso encontro, celebramos a Eucaristia, agradecendo ao Senhor as maravilhas que realizou em nosso São Bernardino de Sena”. Estas são as palavras do Ir. Massimo Fusarelli, Ministro geral, ao encerrar o encontro dos Presidentes das Conferências OFM com o Definitório geral e o Ministro geral, realizado em Roma de 17 a 20 de maio de 2022.

Partindo das leituras para a festa de São Bernardino de Siena, Fr. Massimo Fusarelli disse: “Esta palavra nos ilumina no final do nosso encontro”. Ele então apresentou aos irmãos três insights: o anúncio de Pedro (At 4,11-12), o louvor em São Bernardino e o fogo do Espírito (Jo 14,16). Por fim, acrescentou: “Ainda encontramos nos belos e cansativos sinais de nossa fraternidade motivos para louvar e bendizer o nome do Senhor e invocar o Espírito para que ele permaneça sempre em nós com sua santa operação”.

Por fim, pediu a todos que não se desliguem e não se resignem, “mas que comecem de novo com um passo mais rápido, uma confiança maior, um olhar mais aguçado, capaz de futuro”.

Aqui está o texto integral da homilia do Ministro geral na Missa de encerramento.

Homilia na festa de São Bernardino de Sena Reunião dos Presidentes da Conferência OFM, 20 de maio de 2022

Ao final do nosso encontro, celebramos a Eucaristia, agradecendo ao Senhor pelas maravilhas que realizou em nosso São Bernardino de Sena. A palavra de Deus proclamada nos dá três pontos de louvor e conversão. A primeira é o que Pedro proclama: “Este Jesus é a pedra que foi rejeitada por vocês, os construtores; tornou-se a pedra angular”. Não há salvação em nenhum outro, pois não há outro nome debaixo do céu dado entre os mortais pelo qual devamos ser salvos”. (Atos 4:11-12). Jesus nos salva da posição inferior que escolheu ao entrar no mundo, um corpo que o Senhor preparou para ele fazer a sua vontade (cf. Hb 10,5-7).

Jesus aceitou a condição de rejeitado desde o princípio. Podemos dizer que ele estava confortável com isso; amava os pequeninos, os pecadores, as viúvas e as mulheres de má fama, os estrangeiros e até os cobradores de impostos. Ele não tinha medo de nada humano e o acolheu em sua realidade. Essa humanidade de Jesus nos fala de um Deus diferente de nossas representações. Sua glória é a humildade do último lugar, do rejeitado. E é aqui que encontramos a salvação.

Não no que sabemos, podemos e queremos fazer sozinhos, mas em nos reconhecermos como criaturas, filhos que sabem pedir e receber livremente, não por seus méritos. São Bernardino descobriu o Nome de Jesus como a glória daquele que é humilde; os raios que o cercam representam um sol que não nos cega, mas nos toca e nos salva, nos dá sentido e nos abre para a vida. Bernardino queria abrir essa porta da vida verdadeira para todos. O segundo indicador é o do elogio.

São Bernardino descobriu no silêncio da ermida e nas praças lotadas da colorida humanidade que amava e buscava o som desta humanidade de Jesus e o ouvia em seu nome. Com o Salmo 144, ele aprendeu a abençoar o nome de Deus para sempre e a louvá-lo. Ele veio a conhecer o nome e a pessoa viva do Senhor Jesus em louvor, ação de graças e restituição. Em seus sermões, ainda sentimos o sopro de um homem capaz de experimentar os sentimentos mais humanos e encontrá-los em Jesus, recebendo alegria, paz e até humor. Bernardine não desaprovava as pessoas. Radical, sim, ao propor as exigências do Evangelho, mas sempre atento à pessoa e à obra de Deus nele. O terceiro ponteiro é o fogo do Espírito. “Pedirei ao Pai, e ele vos dará outro Advogado, para estar convosco para sempre. Este é o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece.

Você o conhece, porque ele permanece com você, e ele estará em você”. (Jo 14:16) O Espírito permanece conosco e entre nós, testemunhando-nos a proximidade de Deus, tão íntima quanto pode nos levar para além de nós mesmos, para os outros, para o mundo e as criaturas, descobrindo nele os traços de Deus. São Bernardino andava pelas ruas lamacentas, praças cheias de gente, mercados barulhentos e os lugares mais miseráveis ​​e bonitos. Ele foi capaz de descobrir o amor de Deus que repousa onde sua criatura vive, se alegra e sofre. E Bernardino gritou para defender a dignidade das pessoas e salvá-las da maior injustiça e pobreza, que é o esquecimento de Deus. E o humilde e fervoroso frade proclamou a todos que Deus nunca se esquece de nós! Esta palavra nos ilumina no final do nosso encontro.

Ainda encontramos nos belos e cansativos sinais de nossa fraternidade motivos para louvar e bendizer o nome do Senhor e invocar o Espírito para que ele permaneça sempre em nós com sua santa operação. Tudo isso para nos tornar ainda testemunhas capazes de irradiar a beleza da nossa vocação com a alegria da fé. Tantas nuvens o obscurecem, mas queremos sempre reconhecer com gratidão o bem que vive em nós e devolvê-lo a Deus e à humanidade com esperança e dedicação à vida de tantos, especialmente dos pobres. São Bernardino abriu um caminho de reforma em nossa fraternidade que continua a viver em nós, mesmo nestes tempos difíceis. Reforma evangélica, na radicalidade da fé e na proximidade com as pessoas, com todos. Que ele nos acompanhe hoje não para desligar e resignar-se, mas para recomeçar com um passo mais rápido, uma confiança maior, um olhar mais aguçado, capaz de futuro.

Br. Massimo Fusarelli


Fonte: OFM

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