Frei Rinaldo Aparecido Santiago, OFM
Geralmente as pessoas se valorizam por coisas ou acontecimentos exteriores. E esquecem que isso é apenas uma pincelada do que realmente somos. Não valemos nós, pelo tamanho ou pela qualidade do bolo de aniversário ou da festa que recebemos.
Tampouco ainda não valemos pelos presentes que nos dão. Nem pelos elogios que tecem a nosso respeito. Nem pelas possíveis calúnias que sofremos.
Não valemos ainda pelos bens que possuímos ou pelo saldo de nossas contas bancárias.
E nem pense em relacionar seu valor com o número de amigos que você tem.
Nem talvez pelo número de inimigos.
Não somos nem a fama nem o silêncio. Nem o riso nem o pranto. Nem o conhecimento ou a ignorância. Afinal de contas, todos somos ignorantes em determinados pontos. Pois nos é impossível saber tudo e opinar sobre todos os assuntos.
Não somos humildade, nem arrogância. Nem ímpeto ou calmaria.
Mas o que somos então? É difícil arriscar um palpite. Desde que o ser humano existe, estão tentando defini-lo e olha que todas as ciências juntas não conseguiram.
Talvez, num leve e distante assertiva poderíamos arriscar a dizer que o ser humano é um grande mistério.
Diante do mistério só nos resta à atitude de respeito para conosco mesmo e com os demais.
Não ligue. Nem leve muito a sério, as definições que lhe são impostas no cotidiano.
De tudo que disserem, talvez acertem alguma coisa. Pelo sim ou pelo não, fique com o não. Procure voltar-se para dentro de si mesmo e com certeza irá descobrir um tesouro incalculável. Um algo surpreendente. Uma dádiva. Um algo animado por um sopro invisível. Um enigma…uma pergunta…um extasiar-se.
Talvez sejamos tudo isto e muito mais.