Frei Almir Guimarães
Todo esforço de Deus desde a criação tem sido, por todos os meios, fazer o homem compreender que o amava. Esgotados todos os argumentos, apresenta a maior prova. “Não há maior prova do que dar a vida por aqueles que amamos. Eis tudo. Depois disso não há mais nada a dizer. Quem quiser que compreenda. Aí está o livro aberto sobre a cruz. Toda a infelicidade dos homens vem do amor inimaginável que Deus lhes tem. O único pecado é o da recusa. Só se recusa o que é oferecido: “Se eu não tivesse vindo, eles estariam sem pecado. Agora não têm mais desculpa”.
O Cristo na cruz traduz para o homem em uma linguagem universal, em um sinal tão simples como o pão e a água, o amor incompreensível que o consome. Eis por que não há pecado senão de infidelidade(…). Os caminhos que permitem fugir são numerosos. Não importa qual seja o que se toma. Cristo morreu por correr atrás do homem que o atraiu a uma sociedade que sempre mata quem a atrapalha. Em vez de dizer que a Paixão foi a salvação para a humanidade, seria mais exato ver nela o derradeiro apelo: “Adão, onde está?” É o grito que escapa de todas as chagas do crucificado e impede o autêntico cristão de dormir tranquilo.
Jean Sulivan
O Senhor vem, mas não rodeado de pompa, como se fosse conquistar a glória. Ele não discutirá, nem gritará, diz a Escritura, e ninguém ouvirá sua voz (Mt 12,19; cf Is 42,2). Pelo contrário, será manso e humilde e se apresentará com vestes pobres e aparência modesta. Acompanhemos o Senhor que corre apressadamente para sua Paixão, e imitemos os que foram ao seu encontro. Não para estendermos à sua frente, no caminho, ramos de oliveira ou de palma, tapetes ou mantos, mas para nos prostrarmos aos seus pés com humildade e retidão de espírito, a fim de recebermos o Verbo de Deus que se aproxima, e acolhermos aquele Deus que lugar algum pode conter.
Santo André de Creta
Fonte: Franciscanos – Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil (OFM)