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Artigos › 25/02/2021

Francisco, homem da empatia

Tentando  penetrar  muito  pouco no jeito de Francisco viver  com os outros.

Diz-se que empatia é rir com os que riem, chorar com  os que choram.  No que diz respeito às lágrimas, pode-se dizer que  Francisco certamente  chorava muito.  Empatia avizinha-se de misericórdia, termo frequente nas fontes franciscanas e utilizado de modo  particular no  Testamento.   Quando se empregava o termo misericórdia  na época de  Francisco significava “ter  o coração ferido  pela do outro”, sentir-se ofendido  quando o outro é ofendido.

Incontestavelmente Francisco é  homem de empatia, constantemente  sempre atento aos sofrimentos do que vivem  à sua volta e procurando meios para atenuá-los.   Sua maneira de estar com seus irmãos, mostra que, muitas vezes, o Poverello sente o que eles ressentem.  Testemunha-o  esta passagem do Anônimo  Perusino:  “Se alguém sofria tentações ou tribulações, ao ouvir  Francisco  falar com tanto  fervor e doçura, e olhando a pessoa dele,  as tentações desapareciam.  Falava-lhes com participação calorosa,  não como  juiz, mas  como um  pai aos filhos ou como um médico ao doente,  de maneira que revivia o sentimento de São Paulo:  Quem é fraco, que eu também não seja fraco,  quem tropeça, que eu não me consuma em febre?

A empatia de Francisco é comunhão com os sofrimentos dos outros. F. Dalmas-Goyon,  observando o relacionamento de  Francisco com os leprosos, estima que misericórdia e serviço  suplantariam a pobreza:  “Francisco  mostra que seu  compromisso no serviço  aos leprosos era o verdadeiro começo de sua conversão.  Isto quer dizer que o  fundamento da conversão de  Francisco não é a pobreza,  mas a comunhão com os que sofrem e são excluídos  bem como  o investimento concreto a seu serviço.  A pobreza ocupa  lugar de primeiro  plano  na espiritualidade  franciscana,  mas não constitui uma finalidade  em si.  Está ordenada ao amor de  Deus e do próximo”.

Tradução de Frei Almir Guimarães: Michel  Sauquet, Le passe murailles

Ed.  Franciscanes,  Paris, p. 119-11-221


Fonte: Franciscanos – Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil – OFM

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