Migrantes de Meu Deus-Uma homenagem aos trabalhadores e trabalhadoras

Frei Rinaldo Santiago, Ofm.

“Trabalhadores, trabalhadoras, Deus também é, trabalhador.” – Padre Zezinho.

A migração é um acontecimento muito antigo sobre a face da terra.

A humanidade desde longa data vive neste ir e vir de um lugar a outro em busca de uma vida melhor.

Aqui em nosso país, o Brasil, não poderia ser diferente.

Fruto de uma situação política e econômica cada vez mais causticante, homens e mulheres, se colocam em marcha do sul ao norte.

E como é triste a vida destes irmãos migrantes, tem que deixar para trás tantos amigos, a casa construída com tanto sacrifício, a terra, que foi adquirida com fruto de suor de uma vida toda.

E estudo que fica por terminar, é amizade deixada com dor sem par. São meus animais de estimação que não posso levar. É saudade no peito a cortar. É o choro, o pranto na face a rolar. É a aquela prece para quem sabe em Mato Grosso tudo se acertar.

Como é triste a vida assim estes meus irmãos levar. Tendo que muitas vezes mendigar e até fome passar.

Mas este povo nunca desanima.

Tem Maria como protetora. Tem meu Jesus, que também foi migrante, quando para o Egito teve que fugir para escapar da morte certa.

Mas até quando meu Deus

Esta ofensa dos grandes que perseguem os pequenos subirá aos céus?

Em alguns momentos confesso que quase não entendo! Neste mundo, oitava Economia mundial.

Como pode, no século XXI, ver irmãos meus, migrando feito marginal. Vejo gente disputando lixo e restos de comida com urubus. Isto desfigura o ser humano, templo do Espírito Santo.

E tudo isto por ambição do capital. Do ter desenfreado, da ganância.

Mais de dois mil anos se passaram desde que Israel à Terra Prometida chegou. E meu povo, caminha de um lado para outro, sempre expulso pelas cercas cruéis.

Chega de migrar. Isto não pode mais continuar. Em nome desta dor que chega aos ouvidos de meu Deus, peço como a Rainha Ester: Paz e vida para meu povo. (Ester- 7,4).