IPÊS FLORIDOS

Vale a pena parar e ficar olhando os ipês, em êxtase, em silêncio, vendo o esplendor deste nosso maravilhoso amigo. Amarelos ou roxos, isso não importa, a beleza é sempre a mesma. Enche os olhos e eleva o espírito. Penetra a alma.

Tem gente que não gosta, pois acha que vai sujar a calçada. Não vejo isto como sujeira. É tão bonito de manhã cedo, quando vemos pelas ruas e calçadas aqueles tapetes roxos ou amarelos que se espraiam pelo chão. Sabe, muitas vezes fico até com pena de pisar em cima. Dá até vontade de passar ao lado para não amassar as flores que caíram. As vezes só olhamos para cima e não percebemos que o ipê enfeita também o chão por onde passamos.

É sempre interessante olhar o ciclo da natureza e ver como ele se repete sempre belamente. Nunca fizeram curso, nem se doutoraram em Oxford. Não receberam nenhum título importante. Simplesmente são determinadas a ser. Os ipês fazem o que de melhor sabem fazer: florir, e quando o fazem, o fazem por inteiro. Floreiam na hora certa, plenamente.

Esta deve ser uma lição para nós. Que aprendamos a florir os nossos dons em plenitude, na hora certa. Dando a nós e aos que nos rodeiam o que de melhor temos. É bom invertermos o ditado popular e começarmos a ser por fora bela viola, em vez de pão bolorento. Ou melhor, sejamos durante todo o ano inteiramente “Ipês Floridos”